07/01/21


Ufa! Acabou 2020. Ano em que os morcegos chineses deixaram o mundo, tal como eles, de canelas para o ar. Um século depois da última pandemia, chegou a “gripezinha” que nos prostrou sem aviso prévio no sofá, trocando o trabalho pelo teletrabalho, a Playstation pela telescola, os almoços de família pelas receitas da avó, os aniversários pelas videochamadas no Zoom, os primeiros furos do cinto pelos últimos e os casamentos por divórcios.

Consequentemente as cervejas com amigos passaram a ser passeios ao cão e as compras no shopping, corridas ao papel higiénico e ao fermento para o pão caseiro.

As máscaras viraram moda. Ter álcool nas mãos passou a ser obrigatório e ter testes negativos passou a ser algo positivo. Mãozadas passaram a ser ofensivas, mas cumprimentar de soco e cotoveladas, algo cordial.

Os hospitais, passo a expressão, montaram a tenda para receber pacientes como o Bolsonaro, o Boris Johnson e o Trump do desinfetante nas veias. O grande jogador do século e dos recordes, Cristiano Ronaldo, também somou mais esse troféu ao vencer o bicho.

Com o estado de emergência diminuiu a criminalidade e a poluição, mas com o ampliar das medidas aumentaram as moratórias e os aviões em terra.

Enquanto os ingleses, tal como ratos, são os primeiros a testar a vacina e concebem nova estirpe, em Espanha o Rei emérito Juan Carlos foge com o rabo a seringa.

Mas as calamidades não ficaram por aqui. Enquanto a legionella voltou a bater à janela, a praga Sérgio Conceição faz dobradinha ao serviço dos azuis e ganha Supertaça, mas perde a Taça da Liga para os “arsenalistas” e leva com derrota histórica no Dragão, com um Bailinho da Madeira, maravilha de Portugal, do nosso Marítimo.

O Europeu e os Jogos Olímpicos de 2020 são adiados, enquanto a final da Liga dos Campeões, quis o fado que fosse realizada em Lisboa. Os Bávaros do Bayern cantaram mais alto, tão alto como a nossa Elisa Silva, ‘campeã’ no Festival da Canção.

Messi ameaça sair do Barça pela primeira vez, e os gritos do Jorge Jesus e da Cristina Ferreira voltaram novamente ao Benfica e à TVI.

Tal como o resultado das eleições nos Estados Unidos da América, o Sporting demorou, mas conseguiu passar a consoada no topo da tabela.

Em velocidade, João Almeida e Rúben Guerreiro fazem história no Giro da Itália e a Formula 1 voltou a girar em Portugal, onde brilhou o habitual Hamilton, também com história.

Rui Rio permanece ao volante do PSD após a segunda volta. Francisco Rodrigues dos Santos corta a meta do CDS em primeiro e António Costa veste a camisola amarela do governo, mas desta vez sem pelotão. Os Açores mudam de cor política e a Joacine Katar Moreira, não é meeeentira(!) e fica livre do LIVRE. Centeno muda de tacho do governo para o Banco de Portugal.

O hacker Rui Pinto tramou a angolana cheia de esquemas, Isabel dos Santos, e de criminoso passa a colaborador da PJ.

O Reino Unido sai da União Europeia e o Harry e a Meghan do Reino Unido. Mudam-se para a América do Trump, o tal teimoso que se recusa a arrumar as malas e deixar a Casa Branca depois de clara derrota contra Biden.

Das quatro linhas (do relvado, claro!) sai Maradona, após morte inesperada. Igualmente ascende ao céu a lenda da NBA, Kobe Bryant, após queda trágica de helicóptero.

Bombardeiro americano acertou no alvo ao matar general iraniano Soleimani e o nitrato de amónio, em explosão acertou em centenas de pessoas, em Beirute. Polícia americano sufocou George Floyd até a morte e inspetores do SEF são acusados de assassinar ucraniano.

Enquanto o hemisfério norte e a Austrália enfrentam, respetivamente, a pior temporada de calor e incêndios da história, as nossas Ponta Delgada e Boaventura enfrentam intempérie com déjà vu assustador.

O Papa defende a união de facto entre homossexuais e faz tremer alguns padres infames com a promessa de erradicação da pedofilia na igreja, e por aqui, no melhor destino insular da Europa, quem tremeu fomos todos nós madeirenses com um sismo de 5.1.

Chegados à reta final, passado quase um ano, a Covid continua a ser considerada como “o novo Coronavírus”, mas 2020 é velho demais e já só nos apetece enterrá-lo…Bora lá para 2021?

Élio Pereira


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